Pragmático QB

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sábado, 27 de setembro de 2014

Sporting 1 vs FC Porto 1 - 26.09.2014 - Liga Portuguesa

Duas partes. Um jogo.

Começo por dizer que foi um grande jogo, daqueles com todos os ingredientes de clássico. Arbitragem e lances polémicos, grande ambiente no estádio, todos os lances disputados no limite, muitos amarelos avermelhados, grandes jogadas e muitas oportunidades de golo. Foi um jogo cheio durante os 90 minutos, embora com duas partes distintas, a equipa de Alvalade fortíssima na 1ª parte e o conjunto que viajou da Invicta a equilibrar forças no segundo tempo.

Tal como se esperava, o Sporting entrou em campo disposto a provar que é uma grande equipa e que, tal como diz o seu Presidente, são candidatos ao titulo nacional. A verdade é que a equipa da casa começou o jogo a todo gaz conseguindo marcar um golo meio aos "trambolhões" logo no 2º minuto da partida. Foi um "soco" forte na equipa do Porto que abanou de cima a baixo, ficando encostada às cordas durante pelo menos 20 minutos. O Sporting nesse período poderia ter ampliado a vantagem em 2 ocasiões, através de 2 remates do médio João Mário, a 1ª numa cabeçada junto ao poste e a 2ª num bom remate de fora da área que o Fabiano defende para canto. O Porto com alguma dificuldade conseguiu equilibrar os pratos da balança, continuando a não criar perigo junto da baliza de Patrício mas pelo menos conseguindo estancar o vendaval ofensivo dos leões.

O "chá" dado ao intervalo pelo Mister Lopetegui, aliado a 2 excelentes substituições, fizeram milagres. A equipa subiu ao relvado com outra alma, outra disposição em campo, e acabou naturalmente por tomar conta do jogo. Óliver e Tello deram outro critério à posse de bola, coisa que não tinha acontecido com Quaresma e Rúben. O Porto consegue ter bola, fazer o jogo que mais gosta e as oportunidades de golo começam a surgir com Jackson a desperdiçar um golo feito na cara de Patrício. O empate chega através de um auto-golo infeliz do Sarr, numa fase de pressão do Porto. O jogo ficou partido a partir do empate, qualquer uma das equipas poderia ter marcado, primeiro o Sporting através de um míssil do espanhol Capel à barra, e depois o Porto num remate fabuloso do Herrera com uma defesa ainda melhor de Patrício, e já no final numa jogada de Tello que remata a tirar tinta do poste, quando a melhor opção talvez fosse cruzar para o Brahimi sozinho na área. O resultado pode ser encarado como justo, embora tenha ficado com a ideia que Porto poderia ter marcado em mais que uma ocasião o golo da vitória na 2ª parte.

















O melhor em campo foi o Patrício, muito à custa de 2 enormes defesas (cá em casa gritou-se golo em ambas) a negar golos feitos a Jackson e Herrera, esta ultima a ser para mim, o melhor momento da partida. Do lado do Porto gostei muito do Jackson pela total entrega ao jogo, e do Herrera, um jogador do qual sou claramente fã. Não gostei do Rúben, foi demasiado tenrinho nos 45 minutos em que jogou, numa 1ª parte em que se pedia muito nervo. Também não gostei do Quaresma, pouco em jogo, sem conseguir desequilíbrios, e com uma entrada duríssima sobre o Nani que lhe valeu "apenas" o amarelo. Parece-me que o 7 portista perdeu claramente o comboio da titularidade, não por culpa do treinador mas por culpa própria. Em relação ao Rúben Neves, é certo que temos no Dragão um possível Moutinho, mas também é certo que é nestes jogos a doer, que se nota mais a sua inexperiência e o facto de que talvez a sua titularidade neste tipo de batalhas seja algo precipitada.

Para finalizar, deixo aqui um excelente artigo de opinião retirado do http://otribunaldodragao.blogspot.pt/  acerca do nosso treinador Lopetegui e a sua dificil tarefa no Reino do Dragão:

http://otribunaldodragao.blogspot.pt/2014/09/a-obrigacao-de-ganhar-em-alvalade.html






quarta-feira, 24 de setembro de 2014

FC Porto 0 vs Boavista 0 - 21.09.2014 - Liga Portuguesa



O Regresso do Dérbi Portuense.

6 anos depois, o maior dérbi da cidade invicta voltou. Como fã de futebol e principalmente como portista, é um jogo muito especial, quiçá o mais especial, exceptuando os confrontos com os rivais da capital. Recordo com saudade as autênticas batalhas no antigo Bessa, com o relvado completamente alagado, com os jogadores de ambas as equipas a jogarem "de pau na mão", com a velha adepta da equipa axadrezada e o seu riquíssimo vernáculo, com jogadores como o Marlon e o Artur a provocarem constantes calafrios na defesa azul e branca. Esta é a ideia que tenho dos jogos com o Boavista.



Infelizmente o jogo do passado domingo teve muito pouco de semelhante com o passado, primeiro porque este Boavista é medonho. Uma equipa que subiu à 1ª Liga este ano mas que continua com um plantel digno de 3ª Divisão, ou seja, fraco a roçar o mau. Depois porque todos os ingredientes que fazem parte deste derby histórico faltaram. O Boavista chegou ao Dragão com a ideia de não ser goleado e manteve essa postura até final da partida, mesmo depois de estar em vantagem numérica durante mais de 1 hora. Prova disso são as estatísticas da partida, 82% de posse de bola para o Porto, 20-2 em remates.

Depois da goleada ao Bate Borisov, e de um jogo extremamente bem conseguido, Lopetegui decidiu proceder a uma mini-revolução, revolução essa um pouco exagerada e injustificada, a meu ver. Embora o empate não tenha acontecido devido às várias mudanças na equipa, a verdade é se torna complicado criar rotinas e conhecimentos de jogo, quando a equipa está em constante mutação. Dou o benefício da duvida ao treinador porque as contas e os resultados fazem-se no fim.

Sobre o jogo, pouco a dizer, o Porto foi a única equipa que quis ganhar com 11 e continuou a sê-lo com 10. Foi sempre superior, raramente deixou o Boavista ensaiar um ataque digno desse nome, embora os únicos 2 remates à baliza portista tenham sido muito perigosos. Sobre o lance polémico da partida tenho uma forma muito simples de ver as coisas, a entrada do Maicon é perfeitamente escusada mas nunca na vida seria um lance para vermelho directo. Dou como exemplo 2 jogadores das equipas rivais que com este critério seriam expulsos pelo menos 7 vezes em 10 jogos, Maxi pelo Benfica e Rojo, o ex-Sporting. Não acho que o Porto empatou por causa da expulsão, mas menos 1 jogador durante 65 minutos, uma excessiva rotação na equipa, um Boavista que levou um autocarro de 2 andares para o Dragão e um Porto menos inspirado do que no jogo europeu, tudo somado explicam muito do que foi a perda de pontos na noite chuvosa da Invicta. Apesar de todas as condicionantes, a equipa nunca perdeu a cabeça, não caiu na tentação de usar o chuveirinho e tentou sempre o golo através da sua famosa, mas por vezes exagerada, posse de bola.











Falando em termos individuais, gostei muito da estreia do central Marcano, que embora não fosse testado nos limites, resolveu sempre bem todos os lances em que esteve envolvido, dando a ideia que ganhou nitidamente a corrida ao Reyes. Será normalmente o central titular ao lado de Indi em Alvalade e espero que a soma de 2 centrais canhotos não seja um handicap. Danilo e Herrera foram incansáveis e o Jackson um autêntico gladiador, o colombiano jogou, lutou, defendeu e merecia que desta vez alguém tivesse decidido por ele. Gostei também do Brahimi, embora ache que exagerou nas jogadas individuais, principalmente quando a condição física estava claramente em decréscimo.







segunda-feira, 22 de setembro de 2014

FC Porto 6 vs Bate Borisov 0 - 17.09.2014 - Liga dos Campeões

O Regresso das grandes noites europeias.

Depois do jogo menos conseguido na cidade Berço, era fundamental entrar bem na Liga dos Campeões. O adversário era teóricamente acessível e o Porto entrou em campo com a carne toda no assador, dominando desde o primeiro minuto e chegando naturalmente ao golo através de uma fífia do guarda redes adversário. 

Mais uma vez apresentando um sistema muito híbrido que alternava entre o clássico 4-3-3 e uma novidade este ano que passava por um 4-2-3-1 com o Herrera a jogar quase ao lado do Casemiro e o Adrién no meio, Brahimi na esquerda e Quaresma na direita a formar uma linha atrás do Jackson. A mudança táctica constante durante o jogo confundiu por completo a equipa do Bate Borisov e o resultado evoluiu para números históricos. 

Por muito que se queira desvalorizar esta goleada do Porto, os números não costumam mentir. Este Bate Borisov é campeão à 8 anos seguidos tendo roubado pontos nesse período a equipas como o Zenit, Juventus, Milão e Bayern. Real Madrid e Barcelona ganharam por 2-0 e 4-0 respectivamente, ou seja, vendo bem as contas e os números, golear esta equipa é um feito digno de ser destacado.











Melhor em campo não há dúvidas, Brahimi. Começam a faltar adjectivos para qualificar as exibições do argelino. Embora seja um jogador que tem jogado maioritariamente a extremo, faz-me lembrar em muitos aspectos o Deco, na forma como trata a bola, como finta os adversários a dar a sensação que vai perder a bola. Um grande jogo sempre a alta rotação, culminando com 3 belos golos. É sem sombra de dúvidas, a grande revelação, não só do Porto, mas do campeonato.



quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Guimarães 1 vs FC Porto 1 - 14.09.2014 - Liga Portuguesa

Berço do empate.

Vou começar por falar de um facto que me particularmente incomoda principalmente por não ser a primeira nem a segunda vez que ocorre, que é o "barulho" que praticamente todos os anos acontece nas bancadas do Afonso Henriques. Desde que me lembro de prestar atenção ao futebol, e já lá vão duas boas dezenas de anos, que se houve falar sobre os confrontos dos adeptos vimaranenses com a policia, com os jogadores da própria equipa, com os adeptos adversários ou simplesmente entre eles. A Liga deveria ter um papel mais activo, a começar por aplicar 1 ou 2 jogos à porta fechada.





Sobre o jogo dentro das 4 linhas, e apesar do empate que muito me incomoda, assistimos a uma grande partida de futebol, grande intensidade com as 2 equipas entregues ao jogo de corpo e alma. Considero o empate justo porque o Guimarães lutou muito, encurtou espaços, e não deixou o Porto jogar e praticar o futebol de posse e passe que tem sido a sua imagem de marca este ano. A arbitragem não foi das melhores mas parece-me um pouco injusto para o Rui Vitória e a sua equipa, resumir o empate a um par de erros de arbitragem.




Hoje não destaco jogadores mas sim o treinador Rui Vitória que ano após ano tem montado excelentes equipas com a prata da casa e jogadores provenientes das divisões secundárias, com um orçamento reduzido mas com plantéis sempre muito equilibrados e combativos.