Pragmático QB

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domingo, 26 de outubro de 2014

Arouca 0 vs FC Porto 5 - 25.10.2014 - Liga Portuguesa

Rotatividade quase nula.

Coincidência ou não, no jogo em que as mudanças na equipa foram mínimas em relação à ultima partida, conseguimos a vitória mais volumosa da época para o campeonato. Foi também a maior vitória fora desde 2008, o que diz bem da dificuldade que é conseguir estes números longe do Dragão. Havia algumas condicionantes para este jogo, nomeadamente ser uma batalha pós-champions, mas também o facto de defrontarmos um rival que apesar de ter objectivos curtos, tinha dificultado a vida ao Benfica, Sporting, tendo mesmo ganho a Braga e Rio Ave. A juntarmos a este bolo, podemos destacar também o nome de Pedro Emanuel, que entre jogador e treinador soma 10 anos de Porto.

A única mudança na equipa depois do jogo da Champions, foi a entrada de Marcano para o lugar de Maicon, uma estratégia nova no reinado de Lopetegui. Uma mudança consciente porque me parece que desde a expulsão de Maicon contra o Boavista que o brasileiro tem descido um pouco de forma. O jogo foi equilibrado até aos 20 minutos, altura em que com alguma sorte, Quintero disfere um míssil colombiano desviado por um defesa arouquense, fazendo a bola entrar na gaveta. O golo foi crucial para a desmontagem da estratégia do Arouca que sofre o 2º golo quando ainda se estava a restabelecer do 1º, numa brilhante (mais uma) jogada de Brahimi, que permite uma conclusão fácil ao Jackson, e o 3º surge de bola parada por Casemiro, o 1º ao serviço do Porto. Este jogo teve algumas nuances que merecem ser destacadas, Casemiro jogou mesmo a trinco, aparecendo mais vezes do que era hábito no meio dos centrais numa primeira fase de construção, permitindo-lhe jogar mais vezes de frente para o jogo, evitando assim perdas de bola desnecessárias. Apesar de alguns calafrios, viu-se um risco mais reduzido na troca de bola na zona defensiva do Porto, optando a defesa do Porto pelo famoso "chuto para a frente ou bancada". Não é bonito, os adeptos às vezes não gostam mas é tremendamente eficaz e evita muitos embaraços. A 2ª parte foi uma passeio, embora o Arouca tivesse oportunidades para reduzir em 2/3 ocasiões, sempre pelo avançado Roberto. Quaresma voltou a entrar muito bem, conseguindo uma boa assistência para o Aboubakar. Não foi um jogo brilhante mas foi um jogo muito eficaz, que nos permitiu consolidar processos de jogo.






Jackson - O melhor em campo. Mais um grande jogo, 2 golos fáceis mas uma entrega total ao jogo. A braçadeira fez-lhe bem, porque este ano vemos uma vertente do colombiano muito mais combativa do que em anos anteriores.

Brahimi e Tello - Estilos muito diferentes com uma coisa em comum, uma técnica muito acima da média. Uma assistência para cada um em 2 grandes jogadas individuais. No meio da famosa "rotatividade Lopetegui", são 2 nomes actualmente indiscutíveis.

Quintero e Herrera - São o complemento ideal para o Casemiro, já que adicionam ao brasileiro força e técnica. O Quintero está mais jogador a cada dia que passa jogando duma forma que era impensável à meia dúzia de meses, já que variadíssimas vezes vem buscar a bola muito perto dos centrais. Tem sido fundamental a marcar e passar nestes últimos jogos. Herrera com mais um jogo muito esforçado e tal como dizem os meus camaradas do Tribunal do Dragão, neste momento é o único jogador  capaz de correr 11 quilómetros de 3 em 3 dias.

Danilo - Atravessa o melhor momento desde que chegou ao Dragão. Está numa forma física soberba que lhe permite fazer dezenas de "piscinas". Mais uma vez esteve assertivo defensivamente, nunca deixando de atacar sempre que solicitado no seu corredor. Está também mais forte a cruzar, uma das pechas dos anos anteriores.

Quaresma e Aboubakar - O cigano aparentemente aprendeu a conviver mais tempo com o banco de suplentes. Voltou a ser suplente, embora eu consiga entender que dadas as circunstancias da equipa seja complicado tirar neste momento de campo o Tello ou o Brahimi. Entrou muito moralizado em campo, fazendo mais uma boa assistência numa bela combinação com o Aboubakar. O camaronês marcou o seu 2º golo pelo Porto depois de ter picado o ponto com o Bate e prova que não precisa de muito minutos para marcar.

PS: OBRIGADO BRAGA!


















quarta-feira, 22 de outubro de 2014

FC Porto 2 vs Athletic de Bilbao 1 - 21.10.2014 - Liga dos Campeões

Vitória da vontade.

Durante a tarde fiz um apelo em que resumidamente alertava os portistas e simpatizantes que iriam ao Dragão a mudar a postura em comparação com o jogo contra os meninos de Alcochete e que passo a transcrever:

"Apelo:

Serve este comunicado para apelar a todos os Portistas e Simpatizantes pelo maior clube de Portugal, que pensem muito bem antes de saírem hoje de casa e rumarem ao Dragão. O ambiente estará tenso o suficiente, em parte pela importância do jogo mas principalmente pelo resultado anterior. Se a tua vontade é assobiar a equipa durante metade do jogo, faz um favor a ti próprio, fica em casa, no conforto do teu lar, bebe uma Super Bock, faz pipocas, põe as pernas em cima do puff e se estiver frio, usa uma manta, ou seja, faz basicamente o que eu vou fazer. Caso contrário, sai de casa, equipa-te a rigor, assume o teu portismo sem rodeios ou vergonhas e faz do Dragão a tua casa, a tua fortaleza, o teu território. Eles são Bascos mas nós temos um espião do nosso lado, somos da Invicta, não tenhas medo, grita até que a voz te falhe, para que bascos, espanhóis e marroquinos percebam que embora a mística esteja adormecida, não está morta."

Depois do jogo de hoje tenho uma sugestão para os dirigentes do Porto:

Nos jogos em casa deveriam criar 4 sectores no Estádio do Dragão, um para os adeptos da equipa adversária, outro para os sócios e simpatizantes do Porto, outro para abrir uma creche ou parque infantil para albergar todos os jogadores que esta época cometeram erros infantis que resultaram em golos sofridos, e um 4º espaço, quiçá o mais importante, para o tipo de adepto, que embora se assuma como "portista desde pequenino", não perde uma oportunidade de assobiar a equipa sempre que o Maicon troca passes com o Indi e com o Fabiano, ou quando o Danilo manda um bico para a frente, ou quando o treinador, vendo a sua equipa a perder ou empatada, não usa as 3 substituições disponíveis para colocar mais 3 avançados em campo. Fica a ideia/sugestão. 

Desde sábado à noite tenho ouvido e lido comentários geniais por parte de todo o tipo de adepto, velho ou novo, seja ele portista, benfiquista, sportinguista ou mesmo candalense. Desde "o Lopetegui só sabe treinar os juvenis", "o Lopetegui não chega a Janeiro", "o Lopetegui vai embora após o jogo com o Bilbao, e outras pérolas que não me lembro agora. Ora bem, está mais que visto que o Porto mexe com TODA a gente, e que a 1ª derrota em 12 jogos oficiais fez com que várias garrafas de champanhe fossem abertas meses antes do réveillon. Até apostas já quiserem fazer comigo a prever o total fracasso da época desportiva do Porto. Eu, como portista ferrenho, regozijo-me com esta febre à volta da minha equipa.

Sobre o jogo, muito a dizer. O Porto entrou em campo com uma equipa manifestamente ofensiva e muito perto do que eu acho que deve ser 11 titular do Porto nesta época. Notou-se na equipa uma clara vontade de fazer as coisas depressa e bem, demonstrando que o "tropeção" de sábado foi grande, fez mossa, mas não foi nem nunca poderia ser fatal e mortal. Notei também outro tipo de preocupação em chutar para a frente nos lances mais complicados ao invés de tentar sair a jogar a partir da defesa. Grande raça posta em cada lance dividido, um futebol fluído muito à custa das trocas posicionais entre Brahimi e Quintero e o golo e chegar tarde mas na altura certa. O resultado ao intervalo era totalmente justo mas o intervalo, que na maioria da vezes tem sido benéfico, hoje não o foi. O treinador Ernesto Valverde mexeu bem na sua equipa e o Porto recuou bastante permitindo aos bascos subir muito no terreno e quase encostar o Porto às cordas durante os primeiros 15 minutos, marcando o golo do empate nesse período. Foi um duro golpe que quase levou a equipa ao tapete porque a deixou tonta, sem saber o que fazer. Foi nesta altura que surge o coro de assobios, talvez os mesmos do passado sábado, talvez os mesmos que choraram de alegria no saudoso minuto 92. O futebol é lindo e amado pelos momentos que se seguiram porque estava destinado que o golo da vitória seria marcado pelo jogador mais ostracizado do Porto este ano. O cigano marcou o golo com a ajuda do Iraizoz, e soltou toda a frustração que tinha por andar a ser relegado para o banco nas ultimas semanas. A vitória é justa, embora tenha sido muito complicada. Segue-se o jogo em Bilbao, numa partida em que o empate pode ser um bom resultado.

Destaques individuais positivos:

- Quintero, está a atravessar um bom momento, talvez o melhor desde que chegou ao Porto, foi novamente decisivo com mais uma assistência, tal como no jogo de sábado. Parece-me o único jogador no Porto capaz de fazer o chamado passe de rotura. 
- Tello, pode não ser um jogador para o Barcelona, mas é inegável que o espanhol possui uma capacidade técnica e velocidade fora do vulgar. Hoje provocou vários desequilíbrios na defesa espanhola embora nenhum deles tivesse resultado em golo.
- Danilo, uma força da natureza. Fez o corredor direito inúmeras vezes a defender e atacar sempre a um ritmo elevado. Tem e terá sempre nos ombros o peso do valor que o clube pagou por ele (13 milhões) mas parece-me que este ano está a ter a sua afirmação como um dos grande laterais do futebol moderno e prova disso são as constantes chamas à selecção brasileira.
- Herrera, é o patinho feio da equipa mas é um jogador do qual sou fã, faz quilómetros, remata, defende, ataca e... perde bolas em zonas proibidas. O golo dos espanhóis nasce num mau passe dele mas antes já tinha marcado um golo. Penso que fez quase 13 quilómetros, o que diz bem da capacidade maratonista do mexicano.


















sábado, 18 de outubro de 2014

FC Porto 1 vs Sporting 3 - 18.10.2014 - Taça de Portugal

Adeptos destes, não obrigado.

Hoje tenho vergonha de ser adepto de um clube com um publico que passa toda a 2ª parte a assobiar a sua equipa. Sou o chamado "adepto de sofá", nunca o escondi, assim como não me sinto menos portista do que aquele que vai semana após semana ao estádio, mas atitudes como estas envergonham-me, entristecem-me ao ponto de me sentir "aliviado" por não estar no meio dessa cambada de imbecis e ingratos que passam metade de um jogo a eliminar contra um rival directo a achincalhar a equipa. Não, obrigado. A propósito destes energúmenos, deixo aqui um excelente artigo. 

http://otribunaldodragao.blogspot.pt/2014/10/adeptos-fc-festas-nao-obrigado.html

O Sporting mereceu a vitória porque foi melhor. Quem tiver outra opinião que não seja esta, não está a ser intelectualmente honesto consigo mesmo. Facilmente e jogo após jogo, critica-se a rotatividade, hoje não me parece que haja motivos para isso, a não ser em relação ao guarda-redes mas nesse caso é perfeitamente compreensível que se faça actuar jogadores diferentes em cada uma das competições. O grande problema do Porto foi o cansaço e a falta de ligação entre sectores que permitiu ao Sporting desde o inicio de jogo pressionar muito alto toda a linha defensiva portista, nunca deixando o Porto sair em posse de bola, a sua imagem de marca. Apesar do equilibrio na 1ª parte, o resultado ao intervalo é justo, o Sporting capitalizou de forma assassina mais 2 brindes da nossa defesa. Já são muitos esta época, aliás, penso que 90% dos golos sofridos esta época surgem após erros da nossa equipa. A equipa não entrou tão bem como se esperava na 2ª parte e o penalti falhado foi a chave para a morte lenta do Porto, engolida por um meio campo leonino cheio de juventude, força e rebeldia. O 3º golo chega numa altura em que o Porto se arrastava em campo, o jogo estava partido e os espaços surgiram naturalmente. Em conclusão, o 4-4-2 com que o Porto entrou em campo não foi capaz de desmontar o bem oleado 4-3-3 verde e branco e isso resultou no pior jogo da época.

Hoje é sem duvida alguma um dia feliz para todos os Sportinguistas, Benfiquistas e principalmente os anti-Lopetegui. Classifico estes últimos como todos os portistas que embora andassem desconfiados e a falar baixinho, tipo beatas de igreja, esperavam ansiosamente pela 1ª derrota da equipa para cair em cima do treinador. O dia foi hoje, 18 de Outubro de 2014, por isso saiam de casa e rumem com bandeiras e cachecóis à Alameda do Dragão e Aliados. Sou sincero, não tenho paciência para vocês nem para as vossas exigências e penso que estão no clube errado, escolham clubes como o Rosenborg que ganhou 13 campeonatos consecutivos. Aprendi com erros do passado, nomeadamente com as criticas ao anterior treinador Vitor Pereira, que com bem menos ovos, fez 2 excelentes omeletes no campeonato. Tinha esperança que a massa adepta portista também o tivesse aprendido mas estava errado. O treinador é novo, entraram 16 novos jogadores para um plantel formado por praticamente 30, ou seja, metade da equipa é nova. Não deveria ser difícil perceber que esta omelete vai demorar um pouco mais a ser cozinhada porque tem muitos novos ingredientes. O Basco tem um projecto não só para a equipa sénior, mas para todos os escalões de formação e eu acredito piamente nesse projecto que pode não dar frutos imediatos mas que certamente dará campeonatos seguidos por 3/4 anos.

Não estou satisfeito por termos sido eliminados da taça, ainda por cima sendo o 4º ano consecutivo. Foi um jogo, um mau jogo, o pior da época. A equipa entrou e saiu cansada de campo, não foi capaz de dar a volta à "canalha" de Alvalade, e vê-se privada de um dos grandes objectivos da época. Nem o mundo acabou hoje, nem a época acaba hoje, nem o Lopetegui é o pior treinador do mundo depois desta derrota. Pessoalmente, já há muito tempo que não estava tão tranquilo com a escolha do Líder da nossa equipa. 

Venha a Champions!











terça-feira, 7 de outubro de 2014

FC Porto 2 vs Braga 1 - 05-10.2014 - Liga Portuguesa

Jogo difícil, vitória justa.

A partida de futebol de ontem apesar de ter sido muito boa, será sempre um jogo em que faz todo o sentido usar o chavão "resultado melhor que a exibição". É sabido que jogos antes e depois das competições europeias são sempre complicados por variados motivos e o de ontem não fugiu nada a essa regra. Se ainda por cima juntarmos a esse factor um Braga claramente motivado e capacitado que poderia ganhar no Dragão, temos os ingredientes fundamentais para uma batalha renhidíssima. O Porto tinha empatado os 4 ultimos jogos, 3 deles para o campeonato, o que fazia com que a vitória neste jogo fosse obrigatória para evitar possiveis fantasmas de um triste passado recente.

A primeira parte foi equilibrada desde o 1º minuto e o resultado ao intervalo fazia todo o sentido embora pudessem ter havido mais golos em qualquer uma das balizas. O Braga veio ao Dragão jogar com mentalidade de clube grande muito à custa do seu treinador, que consegue incutir nas suas equipas aquela garra que era uma das suas principais virtudes como jogador de futebol. A equipa minhota num deu um minuto de descanso à defesa portista muito à custa do seu tridente atacante Rafa - Zé Luis - Pardo, que além de serem jogadores tecnicamente evoluídos, não paravam um segundo quietos. Danilo, um jogador que desconhecia, foi o trinco que varria toda a zona defensiva com mestria e permitia à bem oleada dupla Micael - Tiba lançar perigosos contra-ataques. O meio campo do Porto teve muitas dificuldades em segurar o poder de fogo do Braga até porque o novamente titular Marcano praticamente não ajudava nas tarefas ofensivas.

A segunda parte exigia mudanças, mais uma vez o Lopetegui não quis "engonhar" e deixou no balneário Marcano e o apagado Herrera, fazendo entrar Rúben Neves e Quintero. Estas 2 mudanças vieram-se a revelar acertadas porque permitiram ao Porto ter outro critério mal recuperava a posse de bola, o Rúben não se limitava a defender tal como Marcano e era o primeiro a conduzir o ataque e Quintero definia quase sempre bem as jogadas a jogar na posição 10 onde se sente como peixe na água. As jogadas de perigo foram-se sucedendo e o golo não tardou surgindo pelo menino colombiano depois de uma bela jogada de Brahimi. A partir daí o jogo ficou partido, o que só beneficia jogadores como o Tello que foi uma constante seta apontada à baliza bracarense. Poderia ter havido mais golos nas 2 balizas mas o 2-1 não se desfez, acabando o jogo com uma vitória dificílima mas justa para o Porto. 

Mais o uma vez o espanhol mostrou ser uma treinador extremamente activo no banco e na forma como lê o jogo não tendo qualquer problema em substituir jogadores ao intervalo quando as coisas não correm bem. Acertou nas mudanças contra o Shakhtar e voltou a acertar contra o Braga, já que nos 2 jogos o Quintero revelou-se fundamental a partir do momento que entrou, quiçá a espreitar a titularidade nos próximos jogos.