Pragmático QB

Pragmático QB

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Não há coincidências.


Não, não vou falar do conhecido romance, não é esse o meu propósito, apesar do titulo desta singela opinião coincidir com o titulo de um dos mais famosos livros de Margarida Rebelo Pinto. Falemos sim, da extraordinária coincidência que é constatar que o Benfas em 11 jogos arbitrados por João Capela, árbitro da Associação de Futebol de Lisboa, não só nunca perdeu, como tem um goal-average de 22 golos marcados e 0 sofridos, repito, 0 golos sofridos. Na linguagem do futebol, é comum usar-se a expressão "12º jogador", expressão essa que está ligada aos adeptos e ao apoio adicional que podem dar à sua equipa. Neste caso, pode-se dizer que João Capela, não só é o 12º jogador do Benfas, tal a qualidade de jogo e diferença de golos apresentada nos jogos arbitrados/jogados por este senhor, como um dos mais valiosos activos do plantel. O Benfas tem uma taxa de mais de 90% de pontos ganhos com este senhor, o que prova categoricamente a importância do mesmo para o clube. Admira-me que os tubarões do futebol europeu ainda não tenham sondado o Benfas para saber possíveis valores de transferência, já que o Lisboeta de 40 anos é sinónimo de golos e vitórias. Mas claro, tudo isto não passa de uma enorme coincidência!

Datas e Jogos do João Capela ao "serviço" do Benfas:

2015-02-28 = Benfica - Estoril ?
2014-12-21 = Benfica 1-0 Gil Vicente
2014-09-12 = V. Setúbal 0-5 Benfica
2014-02-05 = Penafiel 0-1 Benfica
2013-04-21 = Benfica 2-0 Sporting
2013-02-24 = Benfica 3-0 P. Ferreira
2013-01-21 = Moreirense 0-2 Benfica
2012-03-23 = Olhanense 0-0 Benfica
2011-11-26 = Benfica 1-0 Sporting
2010-09-25 = Marítimo 0-1 Benfica
2009-09-26 = Benfica 5-0 Leixões
2008-11-16 = Benfica 1-0 Est. Amadora

No próximo Sábado, João Capela será o árbitro do jogo Benfica - Estoril, jogo que muito dificilmente/coincidentemente não acabará com uma vitória do Benfas, sem golos do Estoril.

A titulo de curiosidade, relembro que João Capela foi também o arbitro do jogo Penafiel - Benfica, a contar para a Taça de Portugal em 2014, que teve um sorteio sui generis.



terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Boavista 0 vs FC Porto 2 - 23.02.2015 - Liga Portuguesa

Dérbi de nervos ganho com nervo.

Para o jogo do Bessa as alterações na equipa eram obrigatórias, Casemiro, Alex Sandro e Danilo tinham visto amarelo no jogo anterior, deixando-os de fora por castigo e Óliver Torres voltou-se a lesionar no ombro no jogo de Basileia. Os castigados tinham suplentes mais ou menos óbvios, Rúben, José Angel e Ricardo entraram na equipa e a dúvida surgia na utilização de Quintero, Evandro ou mesmo Brahimi, já que Campanã nem sequer tinha sido convocado. Lopetegui lançou Quintero e surpreendeu com a titularidade de Hernâni, remetendo Tello e Brahimi pata o banco. O Porto explanava-se em campo no habitual 4-3-3, embora o triângulo de meio campo fosse invertido a maior parte do tempo, jogando Herrera ao lado de Rúben e Quintero a 10. Lopetegui já deu a entender que não há "vacas sagradas na equipa", hoje foi mais um exemplo disso.

Jogos pós-Champions são sempre preocupantes e este não foi excepção. Se dividíssemos o rectângulo de jogo em 3 partes iguais, poderíamos dizer que o Porto jogou a maior parte do tempo no último terço do Boavista. Os 75% de posse de bola no final do jogo revelam bem a forma como as duas equipas encararam este jogo. O Porto dominou todo o jogo, embora não fosse destrutivo junto da baliza de Mika. Dos 14 remates que fizemos, talvez tenha havido 3 perigosos, os 2 golos e um outro remate de Jackson, ainda na 1ª parte. Do lado dos axadrezados apenas Brito e depois Uchedo, conseguiram fazer uma espécie de mossa na defesa portista, já que o Boavista tal como tinha feito no jogo do Dragão, revelou uma clara alergia à baliza adversária. Jogos como este deveriam ter golos aos 10 minutos e não aos 80, evitavam muitos nervos no Portista. A vitória é totalmente justa, num jogo em que o resultado foi bem melhor que a exibição. 3 pontos ganhos em mais uma final, segue-se o Sporting no Dragão em mais um jogo que as duas únicas hipóteses é ganhar por poucos ou ganhar por muitos.

Momento surreal da noite, árbitros entram em campo com camisolas onde se podia ler "Respeito". Respeitar árbitros que, semana após semana, de um forma mais ou menos tendenciosa, com decisões mais ou menos escandalosas, nos faltam ao respeito a nós, adeptos portistas? É para rir, certo? Fazendo a analogia para o mundo do crime - pensando bem, pode nem ser analogia, porque como se tem visto esta época de forma explicita e vergonhosa, as arbitragens a favor do outro clube têm sido autênticos crimes - seria como um ladrão pedir para que não o roubassem. Ridículos. Por outro lado e para que não hajam dúvidas, sou completamente e peremptoriamente contra todo o tipo de violência física e verbal que se façam contra os árbitros dentro e fora do terreno de jogo.



Jackson - O MVP da partida. O nosso abono de família fez mais um jogo esforçado, embora se tenha notado um decréscimo físico. Foi mais uma luta de wrestling com os centrais axadrezados, vindo buscar muito jogo atrás. Marcou o golo da praxe, depois de ter falhado um golo cantado na 1ª parte. Soma 17 golos na Liga Portuguesa e 26 em todas as competições.
Herrera - Sou fã do mexicano, por muita cagada que ele faça. Hoje perdeu tantas bolas como as que recuperou, mas foi um dos mais activos da equipa. Passa os 90 minutos a "virar frangos" e é daqueles jogadores que se o treinador lhe disser para ir a correr contra o poste porque isso é melhor para a equipa, ele vai sem hesitar.
Tello - Mais 2 assistências de um jogador que decide mal em 90% das vezes. É quem mais assiste na equipa, facto que dá que pensar o que seria de Tello se fosse mais decisivo no último passe. Entrou aos 55 minutos mas deve ter levados uns bons 20 a perceber que estava em campo, assim que o fez, foi para cima do defesa, fez a finta do costume e.. golo do Jackson. Assistiu depois Brahimi para 2º da equipa.
Rúben - O relógio suíço da equipa. O primeiro a quem os centrais depositavam a confiança de lançar os ataques. Jogou ao lado de Herrera, embora com missões mais defensivas que o mexicano.
Marcano - Quem diria que o central espanhol passaria de 3ª opção, a patrão da defesa em menos de um mês. Belo jogo de um jogador que não está com meias medidas, "abate tudo o que mexe". Limpou tudo o que lhe apareceu pela frente.
Atitude da equipa - O jogo não foi brilhante, longe disso, mas a equipa nunca desesperou, nunca entrou em pânico, nem no facilitismo do chuveirinho e foi recompensada por isso.



Hernâni - Foi a surpresa da noite mas não se pode dizer que tenha brilhado. Foi alvo de algumas entradas duras, facto que lhe pode ter tirado alguma "pica". Foi titular pela 1ª vez e talvez tenha acusado a responsabilidade.
Boavista - É uma equipa fraca, não há dúvidas, das piores do campeonato por todas as razões que conhecemos, também não dúvidas, mas jogar em sua casa e fazer 5 remates mas apenas 1 com dificuldade para Fabiano, e levar com 75% de posse de bola do adversário, é demasiado pouco para uma equipa que ainda não assegurou a manutenção. Além disso, usou o anti-jogo durante 80 minutos. Com isto tudo, o treinador adjunto no flash-interview, afirmou que o resultado era injusto. Está certo.
Não marcar cedo - O Porto já sabe como são estes jogos, não pode entrar em campo com o pensamento que o golo vai acontecer com mais ou menos esforço, tem de entrar como se estivesse a perder. Com equipas que vão passar o jogo à volta da sua grande área, temos de resolver o jogo cedo, e depois relaxar e gerir a partida à nossa velocidade.







quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

FC Basel 1 vs FC Porto 1 - 18.02.2015 - Liga dos Campeões

Cosme Machado Strikes Again.

Sigo a Premier League regularmente à uns valentes anos e nesta última década o árbitro de referência do futebol inglês foi Howard Webb, que embora tivesse falhas como todos os outros - algumas delas graves e inexplicáveis - primava por uma postura sóbria, firme e pedagógica, muito por "culpa" do facto de ser um ex-policia. Fruto desta forma de estar no futebol, tornou-se num dos grandes nomes da arbitragem mundial, marcando presença em jogos de extrema importância como a Final do Mundial 2010 na África do Sul.

Esta pequena introdução serve para chegar ao árbitro de ontem, o inglês Mark Clattenburg. O Marquinho, forma carinhosa pela qual optei por o tratar, é um árbitro que desde 2004 - altura em que entra na Premier League e coincidentemente altura em que me apaixonei por todo o universo do futebol inglês - coleciona fracas arbitragens. Talvez tentando seguir a linha do seu "mestre" Howard, o Marquinho sempre gostou de dar nas vistas dentro das 4 linhas, com uma postura demasiado autoritária e vaidosa, tentado ser sempre ele o foco das câmaras e o protagonista (palavra que o nosso mister tanto gosta de usar) máximo de um jogo de futebol.

Não querendo pormenorizar em demasia todos os lances onde sinto que a equipa foi prejudicada, ontem tivemos o desprazer de assistir à típica "arbitragem caseira". O jogo contra o Guimarães em termos de agressividade, comparado com este, foi uma brincadeira de crianças. Os jogadores do Basileia usaram e abusaram da violência em quase todas as faltas que fizeram, havendo uma dualidade de critérios gritante na amostragem dos cartões e se quisermos ser justos, o Basileia nunca poderia ter acabado este jogo com 11. Embora o golo de Casemiro tenha sido bem invalidado, fica um penálti clarinho por marcar sobre Jackson.


Chega de arbitragem, falemos de futebol. Foi mais uma batalha igual a tantas outras nesta época, o Porto a controlar o jogo, golo da equipa adversária na única vez que vai à nossa baliza. O Porto entra muito bem no jogo, a equipa do Basileia está perfeitamente manietada e num passe que come de cebolada toda a defesa azul e branca, Derlis González (ironia do destino ex-jogador do Benfas) inaugura o marcador. Foi um soco bem na ponta do queixo da equipa, porque a partir do minuto 11, a equipa abanou mas não caiu, não permitindo ainda assim qualquer lance de perigo junto da baliza de Fabiano. 

Na 2ª parte a história foi completamente diferente, o Porto agarrou no Basileia pelos colarinhos e o jogo só teve um sentido. As oportunidades de golo não foram condizentes com a posse de bola, embora toda a gente que viu o jogo em casa, e acredito que também no estádio, percebesse que o empate acabaria por chegar mais minuto menos minuto. Minuto 78, penálti limpinho a favor do Porto e qual é o meu 1º pensamento? Foda-se, o Evandro não está em campo! Danilo assumiu a marcação e redondinha na malha lateral da baliza do checo Vaclík, golo justíssimo do Porto. A partir daqui, as equipas pareceram gostar do resultado, o Basileia contente por viajar para a Invicta com um empate saboroso depois do "amasso" em casa, e o Porto feliz por empatar um jogo fora de casa com golos, numa partida em que o Cosme Machado inglês fez de tudo para que não nos fosse favorável.



Danilo - O melhor em campo. Não tremeu na hora de marcar o penálti e juntou a isso 90 minutos em alta rotação. Voltou a ser a locomotiva a que nos habituou, fazendo milhentas piscinas naquele corredor direito.
Jackson - Mais um jogo muito batalhador do colombiano. Fartou-se de levar porrada dos exterminadores Samuel e Suchy que com um árbitro menos caseiro não terminavam o jogo. Incansável a jogar e fazer jogar, jogando como tão bem sabe de costas para a baliza. Falhou o golo por pouco num remate por cima da barra.
Tello e Casemiro - Se calhar vou ser crucificado por afirmar que fizeram um bom jogo, opinião que vai contra os comentários de alguns camaradas meus e também dos comentadores que analisaram o jogo. Se é verdade que Tello voltou a tomar más decisões sempre que se impunha uma melhor clarividência, não é barbaridade nenhuma dizer que o extremo esteve muito em jogo, quase em todos os lances perigosos da equipa. Por outro lado, vi um bom jogo de Casemiro. Herrera e Óliver subiam muitas vezes ao mesmo tempo, jogando a maior parte das vezes perto da área suíça, deixando o brasileiro com muito trabalho cá atrás. É verdade que voltou a falhar alguns passes, principalmente os longos, mas a defender foi um guerreiro. Deu a porrada habitual, facto que lhe custou um amarelo aos 28 minutos, mas conseguiu fazer o resto do jogo de forma inteligente. Um senão, o passe e golo suíço surgem na sua zona de acção.
Marcano e Maicon - Uma falha da defesa, um golo. Tem sido a nossa sina esta época. Os adversários têm-nos castigado sem piedade todas as pequenas falhas. Golo à parte, voltaram a formar uma dupla sólida, coesa e muito bem entrosada.
Adeptos - Foi lindo o espectáculo dado dentro e fora de campo.



Brahimi - Voltou a enveredar por aquele estilo de futebol pastoso que o atingiu em determinada altura da época pré-CAN. Às vezes parece ser um jogador que não consegue optar pelo mais simples e básico do futebol moderno, o passe ao primeiro toque, tem sempre de fintar pelo menos o seu adversário directo antes de decidir o que fazer à bola. Não gosto deste Brahimi, por muito que consiga ser decisivo em muitos jogos.

Arbitragem -Tal como o nome do Blogue, tendenciosa QB.












terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Colinho agora, o 34ª em Maio.


Depois das tão usadas e badaladas expressões "Limpinho, limpinho" e "Sujinho, sujinho", surge uma nova expressão que tem sido pertinentemente usada por toda a comunidade de adeptos além-Benfas, com grande incidência na Bluegosfera, que é "Colinho, colinho". A verdade é que temos assistido, visto, lido, ouvido, um pouco por toda a parte, que semana após semana, jogo após jogo, os rivais vermelhos da 2ª circular tem usufruído\beneficiado\aproveitado\gozado de arbitragens altamente infelizes e tendenciosas em 90% dos jogos, para não dizer 100%. Alguns dos vermelhos que conheço assumem este beneficio e justificam este momento como sendo algo que lhes pertence, algo que chegou a vez deles de usufruir, depois de "anos e anos" em que viveram ostracizados a ver o Futebol Clube do Porto ganhar jogos, taças e campeonatos sempre graças ao Men In Black.

Tenho esperança e convicção que o Porto será campeão esta época, primeiro porque é melhor, depois porque joga melhor e por último porque quero crer que o "colinho" não durará até ao fim. O Benfas tem competência, não tanta como nós, mas tem, e como já se viu em Paços, um jogo menos competente, aliado a um colo pouco acolhedor, resulta em derrota, e em Alvalade não houve "colinho" mas sim "chouricinho". 

Há um facto, se as vergonhosas arbitragens continuarem a beneficiar o Benfas, este será campeão em Maio e daqui a uns anos, pouca gente se lembrará como foi conseguido. Nos livros, nas tabelas e nos registos, aparecerá 2015 = SL Benfica, e não 2015 = SL Colinho. Cabe ao Futebol Clube do Porto fazer o seu trabalho, ganhar jogos com mais ou menos "nota artística" e pressionar o rival o máximo que pudermos, na esperança que nos próximos jogos do Benfas, haja mais competência dos adversários e menos "colinho" das arbitragens. Em Maio fazer contas, contra tudo, contra todos e contra tolos.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

FC Porto 1 vs Vitória de Guimarães 0 - 13.02.2015 - Liga Portuguesa


Ganhar antes de viajar.

Em relação ao anterior jogo em Moreira de Cónegos, Lopetegui fez uma única mudança no onze, Brahimi entrou para o lugar de Tello e penso que não há um único portista que tenha discordado desta decisão. Tello teima em não confirmar todo o seu potencial, com Quaresma numa boa fase e com Brahimi a chegar da CAN, foi uma substituição natural. O argelino e o espanhol embora joguem na mesma posição são jogadores totalmente distintos, e uma das "diferenças mais diferentes" é sem dúvida a muito maior capacidade finalizadora de Brahimi em relação a Tello, como ficou bem patente hoje no lance do golo.

O Porto entrou fortíssimo em campo, foi para cima do Vitória, reduzindo a equipa da cidade de Guimarães a pouco mais que nada. Foi uma primeira parte de grande nível, a demonstrar que o berço do bom futebol consegue ser muitas vezes o Dragão. Os 71% de posse de bola e 9 remates contra 2 do Guimarães traduziam tudo o que foi o jogo até ao intervalo. O golo é marcado por Brahimi - o 5º na Liga e 10º em todas as provas - depois de um brilhante trabalho de Óliver. Como tem sido habitual a vantagem mínima ao intervalo não traduzia o que o Porto produzia ofensivamente, mas sim o que a equipa não deixa os seus adversários fazer. Infelizmente a equipa viajou para Basileia após o final da primeira parte, o que fez com que o Guimarães tivesse jogado sozinho uns bons 20 minutos, levando Lopetegui ao desespero de fazer 2 substituições de rajada. Tello e Rúben trouxeram a equipa de volta e o o Porto assumiu novamente o controlo do jogo até final, com excepção de algumas bolas bombeadas para a área portista que nunca causaram grande comichão no Fabiano.


Brahimi -  O MVP da partida. Quem marca o único golo do jogo, terá que ser quase obrigatóriamente o melhor em campo, embora o argelino tenha muitas vezes alternado boas e más decisões. Pareceu-me em muitas alturas aquele Brahimi que se perdia em muitos "rodriguinhos", complicando o simples e optando sempre pelo mais difícil. À parte disto teve aqueles pormenores brilhantes que lhe permitem sempre fintar adversários dentro de uma cabine telefónica.
Casemiro - Decididamente a presença constante de Rúben Neves nas convocatórias fez-lhe bem. Como "quem tem cú tem medo", o brasileiro abriu os olhos e fez mais uma boa exibição. É nestes jogos mais físicos que o Casemiro se sente bem, embora neste jogo tenha levado bem mais porrada do que a que deu. Um ponto a melhorar são sem dúvida os passes longos, contei pelo menos 2 que foram parar ao Dolce Vita.
Marcano - Faço um mea culpa me relação ao central espanhol. Neste momento é o central número 1 na hierarquia portista. Joga com uma categoria e tranquilidade transcendentes e é bom que Maicon comece a aprender alguma coisa com o seu colega. Forte nos lances aéreos, joga sempre de cabeça levantada e tem técnica para sair a jogar. Os 2.65 milhões de euros pagos ao Rubin Kazan, estão-se a revelar uma "pechincha".
Óliver - O menino não sabe jogar mal, é um facto. Sempre em jogo, defende e ataca com a mesma qualidade, aparece várias vezes em "zona de tiro" e tem uma qualidade de passe acima da média. É ele que faz a brilhante assistência para o golo de Brahimi.
Quaresma - Belo jogo. A velocidade nunca foi uma das suas armas e com o avançar da idade esse handicap ainda se revela mais. Mas aprendeu a jogar de forma mais inteligente, facto que lhe permite fazer quase os 90 minutos a bom nível.
Pressão muito alta - A forma de defender da equipa é asfixiante. O Guimarães mal conseguiu sair do seu meio campo nos primeiros 10 minutos.
Cartões amarelos - Casemiro, Alex Sandro e Danilo viram amarelo e ficam de fora no próximo jogo com o Boavista, limpando a série de cartões e ficando disponiveis para o jogo com o Sporting.


Herrera - O mexicano começou bem mas apagou-se à velocidade da luz. Ao contrário de Óliver, que é um jogador constante, que mesmo sem fazer sempre jogos brilhantes, consegue manter um nível elevado, Herrera é um jogador de extremos, do 8 e do 80.
Bolas paradas - Mais um jogo em que cantos e livres à entrada da área não resultaram em nada.
Passes longos - O estilo de jogo que o Lopetegui implantou no Porto raramente engloba passes longos. Casemiro e Maicon insistem nesta forma de jogar, 90% das vezes sem sucesso.
Diferenças de critério -  É gritante a diferença de critério que os árbitros portugueses teimam em manter. Jorge Ferreira, árbitro do Porto - Boavista mostrou vermelho a Maicon por uma falta bem menos grave do que a de Cafu sobre Casemiro. Não foi um jogo violento mas os jogadores do Guimarães usaram e abusaram do recurso à falta (24).







sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Jackson e a inevitável saída.


"Não é que acredite, estou certo [que é a altura de dar o salto]. Sei que no próximo verão, seguramente, dar-se-á a minha saída para um novo clube. Esta equipa abriu-me a possibilidade de jogar um futebol dinâmico e táctico e sinto-me agradecido por isso. Mas por agora tenho o meu pensamento colocado na defesa desta camisola com todo o profissionalismo. Especula-se muito e surgem sempre muitos rumores sobre a minha transferência. Para dizer a verdade, não sei quais as equipas que perguntam por mim, porque pedi ao meu representante que não me fale dessas possibilidades, pois necessito de me concentrar no FC Porto. Chegará o verão e vamos procurar a minha saída. Inglaterra ou Itália? Pode ser, mas por agora não sabemos, esperemos apenas que tudo corra bem."

Mais coisa menos coisa, estas foram as palavras que o Cha Cha Cha disparou durante esta semana e que tanta celeuma causaram por essa Bluegosfera fora. Não é a primeira vez que o Jackson o faz, embora desta vez o tenha feito de forma bem mais incisiva e contundente, o que fez com que toda a comunicação social tenha esmiuçado o assunto até à exaustão. Pessoalmente não fico "feliz da vida" com estas declarações, embora também não possa dizer que tenha ficado melindrado. Jackson Martinez segundo se consta, é um grandioso profissional, facto corroborado por jogadores e treinadores, actuais e antigos no clube. A direcção também nunca se mostrou particularmente "ofendida" com estas "bocas", já que o colombiano já o deve ter feito uma boa dezena de vezes desde que que chegou ao Porto em 2012, sem consequências visíveis.

Há um facto que é inegável, Jackson Martinez calado e dentro de campo, é um animal competitivo, uma autentica maquina de guerra. A capacidade goleadora sempre esteve presente no colombiano ao longo destas 3 épocas, mas foi com Julen Lopetegui que o Cha Cha Cha explodiu para a muito provável melhor época ao serviço do Porto. Para além de estar mais activo em campo, ora descendo até ao meio campo para receber e soltar a bola com qualidade, ora a descair nos 2 flancos, a sua veia goleadora está mais apurada, prova disso são os os 25 golos em 30 jogos, totalizando 85 golos em 124 jogos em todas as competições. Nas 2 ultimas épocas foi o melhor marcador do campeonato e na presente tem 16 golos, mais 6 que os seguidores. A titulo de curiosidade, marcou o 5000ª golo da história do Porto e o 45º no Estádio do Dragão, facto que o tornaram no melhor marcador de sempre na nossa "nova" casa.

Isto tudo para dizer que o que o Jackson faz dentro das 4 linhas supera em larga escala o que diz fora delas. Era preferível que fosse mais moderado nas declarações mas convenhamos que se há jogador que pode "falar o que quiser", Jackson é seguramente um deles. Tal como o próprio disse, irá sair no final desta época e será relembrado (pelo menos por mim), não só como um jogador que serviu exemplarmente o Porto, mas também como um dos grandes jogadores que tiveram a honra de vestir a nossa camisola. Gostava de o ver em Inglaterra, se possível no Manchester United, mas isso já é o meu "amor" à Premier League a falar mais alto.

Marcou muitos e bons golos mas este é o que me enche as medidas:



domingo, 8 de fevereiro de 2015

Dos 9 aos 4 pontos no espaço de duas semanas.


Resultado justo num jogo com pouquíssimas oportunidades. O Sporting com mais interesse na vitória, esteve mais por cima do jogo sem no entanto exercer uma pressão que lhe permitisse chegar com perigo à baliza de Artur, e o Benfica a fazer um jogo muito semelhante ao Dragão. A diferença deste jogo para o Porto-Benfica foi o facto do Sporting não ter cometido erros defensivos das raras vezes em que o Benfica se chegou à frente.

"Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança."

Resultado positivo para o Porto, embora a vitória do Sporting fosse claramente melhor. São 4 pontos de diferença, 2 semanas depois da possibilidade de serem 9. Estamos melhor hoje do que antes do jogo da Madeira, é um facto. Em 2013 recuperamos de uma desvantagem de 6 pontos, e como "o sonho comanda a vida", é mais que justo pensar que é possível ser campeão em Maio.

Moreirense 0 vs FC Porto 2 - 07.02.2015 - Liga Portuguesa


Simplicidade, Paciência, Competência.

O Porto partia para este jogo com um histórico de confrontos claramente favorável - em 10 jogos em todas as competições nacionais o saldo era de 2 empates e 8 vitórias para os azuis - mas se pensarmos no que foi o jogo da 1ª volta - apesar da vitória por 3-0, os golos só surgiram a partir dos 70 minutos - poderíamos ficar com duvidas acerca da dificuldade do jogo em Moreira de Cónegos. 

O Porto encarou esta partida com bases alicerçadas em 3 pontos - Simplicidade, Paciência e Competência - jogou de forma simples em todos e entre todos os sectores do campo, teve a paciência necessária para fazer uma boa troca de bola com constantes variações de flanco e foi competente porque ganhou uma batalha de forma tranquila sem fazer um jogo deslumbrante. 

O jogo em Moreira de Cónegos só tinha um resultado possível, a vitória. Numa jornada onde Sporting e Benfica se defrontam e um deles ou os dois irão perder pontos tínhamos de ganhar fosse de que forma fosse. A equipa percebeu isso mas nunca jogou de forma precipitada, teve a paciência necessária para trocar a bola entre praticamente todos os jogadores, com mudanças de flanco que aconteciam das mais variadas formas e rematando pouco mas bem. Este último factor merece destaque porque talvez tenha sido dos jogos que menos rematamos este ano, e com 2 golos marcados revelamos uma eficácia que tem sido algo raro esta época.



Herrera - O MVP da partida. Não foi o jogo mais explosivo da época para o mexicano, mas foi um jogo claramente positivo. Depois de alguns jogos com um rendimento abaixo do esperado, ontem fez um jogo completo, solidário a defender e com a habitual disponibilidade física que lhe permitiu fazer 2 assistências, a primeira delas num brilhante passe para Jackson.
Casemiro - Um dos melhores jogos ao serviço do Porto. Bem menos faltoso do que tem sido habitual, roubou imensas bolas e foi um verdadeiro Boss na sua zona de acção. Completa a sua boa exibição com um golo pleno de oportunidade depois do cruzamento do Herrera.
Jackson - Só me recordo de um remate do Cha Cha Cha e foi aquele que inaugurou o marcador.num excelente dominio de pé direito rematando imediatamente de seguida com o pé esquerdo. O Colombiano não pára de marcar e numa época que se prevê como a ultima na invicta, a sua saída será claramente pela porta grande.


Fabiano - Teve pouco trabalho pela frente mas no pouco que fez revelou aquela habitual insegurança que o caracteriza, exceptuando uma grande mancha que faz a um remate de João Pedro.








segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

FC Porto 5 vs Paços Ferreira 0 - 01.02.2015

Primeira parte destruidora de móveis.

Tenho uma teoria rebuscada qb que acredita que Paulo Fonseca se "auto-expulsou" no jogo anterior para não ter que se sentar novamente no banco do estádio onde viveu momentos de autentico suplicio, optando por se sentar num cantinho da tribuna portista, lugar bem mais confortável e aprazível. Depois deste momento de insanidade momentânea, e apesar do historial claramente favorável ao Porto nos confrontos em casa contra o Paços - 17J, 14V, 3E -, este era um jogo que se previa dificílimo devido à injecção de moral adquirida pelos pacenses na anterior jornada à custa dos outros.

Tal como disse antes era um jogo que se previa complicado muito por culpa do resultado anterior da equipa pacense, que apesar de algo inesperada, deveria ser altamente moralizadora. O Porto, sendo uma equipa que não acredita em teorias, tratou de desmentir tudo isto com uma entrada fortíssima em campo desde o apito inicial. Apesar de termos assistido a uns primeiros 25 minutos muito fortes da equipa do Porto, criando 3/4 boas situações de golo, foi nos ultimos 20 minutos que conseguimos materializar em golos toda uma brilhante posse de bola. Jackson à matador, Quaresma de penálti e novamente Quaresma com a famosa trivela, que andava adormecida, sentenciaram o jogo ainda na primeira parte. Foi muito Porto para tão pouco Paços, que acaba os primeiros 45 minutos sem incomodar Fabiano com um único remate. A 2ª parte serviu unicamente para "cumprir calendário", para ver que afinal Tello também sabe, e bem, marcar livres e para percebermos que esta equipa ainda tem momentos de total desconcentração como foram exemplo disso, Quaresma e Alex Sandro que logo após o 4º golo de Herrera, fazem 2 passes perfeitamente suicidas na zona defensiva.

Mais uma vitória justíssima, com números gordos. Segue-se o Moreirense em Moreira de Cónegos, numa jornada em que se espera que o Derby da Capital nos seja favorável pontualmente, ou seja, que os Lagartos façam o seu trabalho em casa e vençam os outros.



Quaresma - O MVP da partida. Finalmente a mundialmente famosa trivela volta a dar um ar da sua graça anos depois. A dado momento poderíamos pensar que a imagem de marca do Harry Potter tinha desaparecido, ou então que só servia para cruzamentos, ideia brilhantemente desmentida ontem á noite com um golo de antologia. Somou a este golo, outro de penalti muito bem marcado e a mais um par de boas acções que não só revelam uma bom espírito de equipa, como um bom momento físico e anímico. Saiu aos 70 minutos debaixo de um misto de aplausos e assobios porque ainda há portistas que teimam eu não perceber que o 7 portista não aguenta o jogo todo.
Tello - Finalmente Tello nas notas positivas. Ontem revelou um sentido de equipa muito bom, não deixando de aplicar toda a sua velocidade e técnica sempre que necessário. Formou com Alex Sandro e Óliver um trio que confundiu por completo toda a defesa do Paços na 1ª parte. Revelou também estar mais ligado ao jogo. Para concluir em grande a boa exibição, disparou um míssil num livre superiormente bem marcado.
Óliver - Mais um belo jogo do "nosso" menino. Novamente o jogador em campo que mais correu, com mais de 12 quilómetros. Faltou o golo e não faltaram oportunidades para isso mas desta vez não teve a frieza de outros jogos.
Jackson - Um habitué nesta secção. O estranho é quando não marca, porque se há coisa a que o colombiano nos habituou é a marcar golos, muitos. Ontem mais um "à ponta de lança" a aproveitar uma saída em falso de Defendi. Poderia ter bisado num chapéu que saiu ligeiramente ao lado.
 Marcano -  Começo a gostar mais do central espanhol devido à forma sóbria e simples como trata a bola. Um suplente de luxo.
Poder de Fogo - Tirando Óliver, que teve pelo menos 2 boas oportunidades para marcar de cabeça e com o pé, todos os outros 4 jogadores da frente marcaram.



Casemiro - Mais um amarelo, o seu 8º no campeonato. Mais um jogo em que usou e abusou das faltas e tenho receio que isso lhe possa ser amargo nos jogos da Champions. Tem de jogar de forma menos agressiva, principalmente porque grande parte das faltas foram feitas com os adversários de costas para a baliza.